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ATIVIDADES
16 de novembro de 2024, sábado
Regressam as visitas temáticas da Liga dos Amigos da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (LIBUC): no dia 23 de novembro, sábado, visitamos durante a manhã a Casa Museu Júlio Dinis, em Ovar, e, à tarde, a Casa Museu Egas Moniz, em Avanca, onde seremos acompanhados pela Doutora Ana Leonor Pereira e o Doutor João Rui Pita.
Partida às 09h00 desde o Largo D. Dinis, e regresso a Coimbra até às 17h30, ao mesmo local. Para os sócios da LIBUC o custo da visita é gratuito (transporte e bilhetes, a refeição ficará por conta de cada participante).
Limitadas a 50 participantes, por ordem de inscrição neste formulário.
O pagamento deverá ser feito por transferência bancária, todos os detalhes adicionais serão fornecidos no momento da confirmação.
Uma Casa Ovarense tem como missão valorizar a passagem do famoso escritor português por Ovar, dando destaque à influência que esse período teve na sua obra literária, associando-lhe a preservação da típica casa vareira que ele habitou em 1863 – a Casa dos Campos. Pretende-se salvaguardar uma herança cultural local de repercussão nacional, focalizada no séc. XIX, criando condições museológicas adequadas às suas especificidades e conferindo-lhe uma leitura contemporânea.
Casa dos Campos
Corresponde ao espaço ocupado pela habitação primitiva, do qual se destacam a cozinha, o quarto principal e a sala. O espólio é constituído pelo recheio original da casa, por acervo doado a título particular, por peças cedidas pelos membros da Rede Museológica de Ovar, dos quais se destaca o Museu de Ovar, e por objetos adquiridos pela Câmara Municipal. Neste espaço pretende-se valorizar a vida e a obra de Júlio Dinis, as personagens com as quais o escritor conviveu e, fundamentalmente, destacar a Casa dos Campos enquanto exemplar da arquitetura tradicional e o ambiente oitocentista da Villa de Ovar.
Júlio Dinis, o escritor Joaquim Guilherme Gomes Coelho, conhecido pelo pseudónimo literário Júlio Dinis, nasceu no Porto, a 14 de novembro de 1839. Filho de José Joaquim Gomes Coelho, natural de Ovar e Ana Constança Potter Pereira Lopes, ficou órfão de mãe com apenas cinco anos, facto que marcou profundamente a sua obra. Frequentou as primeiras letras em Miragaia e, com 17 anos, matriculou-se na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, onde, em 1861, defendeu tese.
No Verão de 1863, já diagnosticado com tuberculose, veio para Ovar apanhar o ar da brisa marítima e descansar, ficando hospedado na Casa dos Campos, propriedade de sua tia paterna, D. Rosa Zagalo Gomes Coelho, onde colheu inspiração para alguns dos seus principais romances, tais como As Pupilas do Senhor Reitor e A Morgadinha dos Canaviais. Júlio Dinis faleceu, vítima de tuberculose em 1871, com 31 anos de idade e encontra-se sepultado no Porto. Em vida, publicou vários romances, entre eles As Pupilas do Senhor Reitor, em 1867, Uma Família Inglesa e A Morgadinha dos Canaviais, em 1868, e, em 1870, reuniu vários contos nos Serões da Província. No ano da sua morte, foi ainda editado o romance Os Fidalgos da Casa Mourisca e, só postumamente, em 1874, se publicaram as suas Poesias. Os Inéditos e Esparsos, em dois volumes, foram editados já em 1910. Em meados do século XX foi compilada a sua obra na área do teatro. Júlio Dinis integra, inegavelmente, a galeria dos grandes autores clássicos da literatura portuguesa.
A CASA DO MARINHEIRO agora transformada em CASA MUSEU EGAS MONIZ, conserva um ambiente de extremado gosto, despertando em rediviva evocação a individualidade relevante que nela passava grandes temporadas e onde em cada pormenor deixou expressos os seus gostos e as suas predileções.
Nessa casa haviam nascido os seus antepassados e nela nasceu o Professor Egas Moniz, Prémio Nobel da Medicina em 1949 pelos seus excelsos trabalhos sobre a Angiografia e Leucotomia Pré-Frontal.
Para a salvar da ruína mandou-a reconstruir em 1915 segundo um projeto do Arquiteto Ernesto Korrodi, sob a direção do padre António Maria Pinho, tendo sido encarregue da decoração Álvaro Miranda da Granja.
Ampliou-a e enriqueceu-a, dando-lhe a feição que hoje apresenta e uma semelhança com as antigas casas solarengas do século XVIII. Sem descendentes, o extremoso casal muitas vezes ponderou o destino a dar à Casa que com tanto carinho se tinham dedicado. Acabou por decidir que nela se criasse um Museu Regional que, conforme desejo expresso da esposa, seria denominada CASA MUSEU EGAS MONIZ.
Ficaria assim ligado à sua querida aldeia, esta recordação da sua vida como demonstração de apreço pelos seus amigos do concelho de Estarreja e Murtosa, cujas populações sempre o acompanharam nas horas de alegria e momentos de tristeza em boa camaradagem e alegria.
Em 14 de julho de 1968 a CASA MUSEU EGAS MONIZ era uma realidade. No seu interior tudo se conserva como em tempo do insigne Professor e Investigador Científico, com exceção de algumas dependências que foram construídas para albergar o espólio da sua casa de Lisboa.